Mito: A violência doméstica é um problema que não afecta muitas mulheres e só existe em famílias de baixo nível socio-económico.
Realidade: Apesar de, em Portugal, não haver dados exactos, as
estatísticas internacionais apontam para uma percentagem de 20 a 30% de
mulheres vítimas dos seus companheiros ou maridos, que provêm de todos
os estratos sociais, de todas as idades, raças e credos religiosos.
Mito: Uma agressão é apenas uma perda momentânea da razão por parte do agressor.
Realidade: Uma agressão a outrém é sempre um crime. O agressor
agride para manter o controlo e a coacção através do medo e do terror.
Os maus tratos podem ocorrer durante muitos anos e têm tendência a
tornar-se, com o tempo, mais frequentes e mais graves, culminando,
nalguns casos, em homicídio.
Mito: As mulheres vítimas de violência devem manter-se na relação para não privar os filhos do pai.
Realidade: As crianças, pelo facto de serem expostas a situações
de violência, mesmo quando não são fisicamente maltratadas, são
crianças em risco, pelas possíveis consequências comportamentais,
emocionais e psicológicas que daí advêm e que podem potenciar a
perpetuação do ciclo da violência.
Mito: As mulheres vítimas de violência doméstica só o são porque não saem de casa e até devem gostar de apanhar.
Realidade: Ninguém gosta nem merece ser maltratado. As mulheres
maltratadas consomem todas as as suas energias, diariamente, a tentar
sobreviver e a evitar as agressões. Sentem-se isoladas, incompreendidas
e temem pela sua vida e pela dos seus filhos. O perigo de serem mortas
aumenta quando se separam. Para além disso, o sistema policial e
judiciário no nosso país não lhes garante uma protecção eficaz e é
muito moroso.
Mito: A mulher não pode sair de casa porque perde direitos e pode ficar sem os filhos.
Realidade: A mulher tem todo o direito a proteger-se a si e aos
seus filhos e a recusar-se a ser maltratada. Note-se que o código penal
actual prevê o afastamento compulsivo do agressor, como medida de
coacção.
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